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Por um melhor ambiente - a Secundária de Sever do Vouga

terça-feira, março 28, 2006

Entrevista ao Comandante dos Bombeiros de Sever do Vouga
Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA): Quais as etapas por que passam os bombeiros ate chegarem ao local de um incêndio?
Comandante dos Bombeiros, José Carvalho (CBJC): Há o alerta, normalmente por via telefónica, ligando para o quartel ou para o 117, que nos liga a seguir. O 117 é o centro distrital de operações de socorro, tudo o que ocorre no distrito é comunicado para ali. O 117 atribui-nos um número e dá-nos ordem para sair. Segue-se a deslocação para o terreno, sendo que, ao chegarmos, fazemos um reconhecimento da zona que está a arder. De seguida, procedemos a uma análise e vemos a possibilidade de chegar ao local para combater o incêndio. Se chegarmos ao local e virmos que são necessários mais meios, comunicamos ao nosso quartel. Mas se forem necessários ainda mais meios, como por exemplo um helicóptero ou outro, comunicamos ao centro coordenador distrital. Vem, depois, o combate ao incêndio e, por fim, fazemos o rescaldo. Se entretanto não ocorrer mais nenhum incêndio, ficamos de vigilância para ver se há reacendimentos.

JRA: Como acha que estão os acessos em Sever do Vouga?
CBJC: Uma das grandes dificuldades dos combates aos incêndios é a que diz respeito aos acessos. Até há bons acessos, mas só depois de o fogo passar é que eles se vêem, pois estão cobertos de mato e, por vezes, já estão árvores adultas nos próprios acessos, o que dificulta muito o nosso trabalho. Por vezes, há caminhos em muito mau estado de conservação, sem limpeza do mato.
JRA: Como é que acha que está organizado o sistema de vigilância?
CBJC: A vigilância, em 2005, funcionou bem no concelho de Sever, pois havia um grupo de jovens, entre os 18 e os 30 anos, que faziam uma vigilância móvel. Saíam do quartel, pois era aqui que deixavam a viatura da câmara municipal, e deslocavam-se para a parte norte do concelho, nomeadamente Silva Escura, Dornelas, Rocas e Couto de Esteves, e iam exactamente até Lourizela. Regressavam por outros percursos e faziam a volta inversa, mas sempre por outros caminhos. Era uma maneira de nunca se saber a que horas é que eles passavam. Eram dois grupos, um começava às 9 da manhã até às 3 da tarde, e o outro começava às 3 da tarde e terminava às 9 ou 10 da noite. Além destes grupos existiam mais dois grupos, um de militares e um de pessoas mais adultas. Os militares vigiavam a zona de Sampaio. E o outro grupo vigiava a outra parte do concelho. Bem, em 2005, Sever do Vouga estava protegido, e bem vigiado.
JRA: Que medidas estão a ser adoptadas para melhorar as condições da floresta?
CBJC: Em Maio, foi colocada cá uma engenheira florestal na comissão municipal de defesa da floresta contra incêndios. Neste momento, ela está a elaborar um plano municipal da floresta, em que apresenta as casas isoladas, os caminhos florestais e alguns planos sobre o que acharmos que deve ser restrito em determinadas zonas. Para isso, no dia 17, terça-feira, realizou-se uma reunião com todos os presidentes de Juntas. O responsável pela protecção civil é o Presidente da Câmara, mas por cada freguesia é o Presidente da Junta, por isso, vamos ter reuniões para levantar estes problemas e para ver o que é preciso fazerem em cada freguesia.
JRA: Quais os principais problemas das florestas, em Sever do Vouga, no que respeita à organização?
CBJC: A falta de ordenamento, pois as florestas de Sever não têm ordenamento próprio. Antigamente, a plantação era quase toda de pinheiro, agora é quase só eucalipto. Não há uma planificação correcta e, depois, ao fazerem as plantações, poucos produtores se preocupam em fazer aceiros, linhas de contenção. As únicas que existem são numa zona chamada o Curro, e também numa zona do Braçal. Tirando isso não há nenhuma zona que esteja planificada, de modo a haver uma zona de contenção, para nós podermos actuar melhor.
JRA: Que conselho dá aos severenses para diminuírem os incêndios e preservarem as florestas?
CBJC: A vigilância começa em cada um de nós e se cada um de nós se preocupar em passar pela floresta, em ser vigilante, poderão diminuir muito os incêndios e até podem ser apanhados alguns incendiários. Os severenses deviam limpar mais as matas, e tentarem pedir à Câmara Municipal para melhorar os acessos e também construir mais pontos de água. Já existem alguns terrenos para receber esses tanques de água, mas tais ainda não foram colocados. Até já tivemos situações em que precisávamos deles e não os tinham feito.
Jovens Repórteres para o ambiente (9ºD): Fábio Almeida, Cristiano Jesus, Carlos Martins, Sérgio Soares, Tiago Rocha, Tiago Filipe
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